sábado, 31 de outubro de 2020
TRILOGIA A SINA DOS SETE | NORA ROBERTS
A temática da trilogia A Sina dos Sete é sobre forças demoníacas e eu nunca li nada a respeito, sendo assim, tanto a temática quanto a autora me proporcionaram novas experiências literárias. E isso foi um dos fatores que mais me deixaram instigada a continuar a leitura.
Hawkins Hollow foi o lugar escolhido por Nora para habitar a trama, e devo dizer que foi muito bem ambientada. Ao longo da leitura realmente me senti em um ambiente sombrio, e por incrível que pareça, aconchegante. O enredo envolve três amigos que por coincidência – ou não – têm suas vidas entrelaçadas desde quando nasceram no mesmo dia. E esta ligação é alicerçada em 7 de julho de 1987 após firmarem um pacto de irmandade ao lado da Pedra Pagã, lugar conhecido na cidade por ser mal assombrado. E como consequência desse pacto, libertaram sem perceber uma força sombria que abalaria a vida de todos na cidade. A partir daí eventos fatídicos passaram a acontecer na região a cada sete anos, no sétimo dia do sétimo mês.
Imaginou que o lugar seria lindo na primavera e verão, com tons de verde, ou depois de uma nevasca com todas aquelas árvores cobertas de arminhos. Mas sob um céu nublado a floresta parecia avançar para a estrada, os galhos nus só esperando para estender e atacar, como se apenas eles tivessem permissão para viver ali. (ROBERTS, Nora. Irmãos de sangue, p. 44-45.)
A maneira que a autora desenvolveu a relação dos moradores com a cidade e as novas integrantes foram agradáveis. Outro ponto bem desenvolvido foi a amizade entre uma parte das personagens principais, Cal, Fox e Cage. O sentimento de o que quer que acontecesse de ruim – além da maldição, é claro – não estremeceria nem um pouco a amizade entre eles, e isso foi se fortalecendo ao decorrer da trama, assim como a relação entre as novas integrantes do grupo, Quinn, Layla e Cybil.
Infelizmente um dos maiores foco dos livros é o romance, e em alguns momentos a parte sobrenatural era esquecida. o relacionamento entre Cal e Quinn, a dupla principal do primeiro livro não me agradou, foi um instalove, ou seja, um romance repentino. Apesar de ser causado em parte pela maldição, mesmo assim não me convenceu, acredito que poderia ter sido melhor trabalhado.
Ela pôs os braços ao redor do pescoço de Cal e posou sua testa na dele. Precisa apenas respirar por um momento, assimilar a beleza daquilo como frequentemente fazia com uma obra de arte ou uma música que levava a lágrimas. (ROBERTS, Nora. Irmãos de sangue, p. 237.)
Terminando o primeiro livro da trilogia com algumas hipóteses devido aos mistérios do enredo, corri para ler os dois últimos livros em busca de respostas. Entretanto, assim como quando li Irmãos de Sangue, o sentimento agridoce permaneceu.
Iniciei a leitura de A Maldição de Hollow com grandes expectativas, mas fui me decepcionando ao longo do livro até a sua metade em relação ao mistério, como eu mencionei anteriormente, em alguns momentos o mistério e o sobrenatural ficam em segundo plano. O foco da primeira parte foi o casal Fox e Layla, e que diferente de Cal e Quinn, a elaboração do relacionamento foi mais bem desenvolvida. Mas claro que devemos levar em consideração por se tratar do segundo livro, e a relação entre os dois já estava em andamento no primeiro.
A evolução das personagens foi notável, em especial Layla, até então a mais insegura do grupo. Além disso, a autora continuou caprichando na produção da ambientação, o que a meu ver é um complemento maravilhoso para o enredo.
Aquela era uma cidade bonita, se você ignorasse o que acontecia com ela a cada sete anos. Havia casas antigas e lojas adoráveis. Era movimentada, à maneira das cidades pequenas. Calma, com rostos familiares circulando e dando trocos de caixas registradoras. Havia um conforto nisso. [...] Era um lugar agradável e fantástico, pelo menos superficialmente. (ROBERTS, Nora. A maldição de hollow, p. 39).
Já o terceiro e último livro foi o mais equilibrado entre o mistério e o relacionamento entre o casal Cage e Cybil. Os dois evoluíam ao decorrer da trama em harmonia, o que me agradou e muito. Mas esperava muito mais drama do que foi apresentado, sinceramente.
Gostei da Resolução do problema, apesar de ter esperado uma reviravolta mais elaborada e um epílogo mais construído, porque a autora tinha muitos elementos para explorar, e com esse final deixou muito a desejar. Fiquei muito decepcionada, esperava mais um epílogo, até pensei que faltava mais algumas paginas.
Nos dois primeiro livros o ponto alto em minha opinião foi a ambientação, mas ao contrário deles, o último ganhou no crescimento do vínculo do casal. Foi muito agradável como quão natural ia crescendo o elo entre eles.
[...] Não se deve criar esperanças em torno de algo difícil de acontecer, não se deve apostar o que não se pode perder. (ROBERTS, Nora. A pedra pagã, p. 254).
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