GLENRAVEN | MARION ZIMMER BRADLEY E HOLLY LISLE - Ex-libris Amélias

terça-feira, 8 de setembro de 2020

GLENRAVEN | MARION ZIMMER BRADLEY E HOLLY LISLE



Provavelmente você já ouviu falar da Marion Zimmer Bradley, a autora da série As Brumas de Avalon. Uma das obras mais conhecidas e consagradas dela, porém, meu primeiro contato foi pelo livro Glenraven, coescrito com Holly Lisle, e com certeza será o primeiro e último livro que lerei da Marion. Não, o livro não é ruim, mas devido as polêmicas envolvendo a autora, não tenho vontade de ler mais nada de sua autoria. Você consegue separar o autor de sua obra? Deixo esse questionamento. Para saber mais clique aqui (Contém gatilhos). 

Escolhi esse livro para ler e resenhar particularmente para o blog, já que teríamos duas mulheres como heroínas, em um lugar no qual os habitantes ansiavam por dois heróis que os salvassem de uma Vilã sanguinária – seria um trocadilho? Talvez. Gostei do livro, mas fiquei triste com a minha escolha depois de topar em algumas polêmicas bem problemáticas envolvendo a Marion. No entanto, como não conseguir separar a autora da obra é algo pessoal, resolvi publicar mesmo assim minha resenha. 

Em Glenraven vamos acompanhar Jayjay e Sophie, duas amigas que após sucessões de infelicidades, partem em uma viagem inusitada buscando um novo e melhor significado a suas dúvidas e temores. Localizado próximo a Espanha, um resquício da antiga Europa: 

Pela primeira vez em mais de quatrocentos anos, [...] Glenraven, o segredo bem mais guardado da Europa, abre suas fronteiras para alguns viajantes selecionados do mundo exterior. [...] Nos séculos que se sucederam ao completo fechamento de suas fronteiras, Gleraven deixou que guerras, ideologias políticas, a Revolução Industrial e a era da eletrônica passassem sem sequer chegar perto de suas fronteiras. É uma terra imune ao tempo; pastoral; feudal; um país de minúsculas proporções, onde diferentes comunidades compartilham suas vidas harmoniosamente, e a integridade, a honestidade e o trabalho árduo, profícuo, não são valores ultrapassados. (BRADLEY; LISLE, 2002, p. 10 – 11). 

E assim, Glenraven foi o lugar escolhido – ou não – pelas personagens principais como uma válvula de escape para seus problemas. O livro é narrado em terceira pessoa, intercalando o ponto de vista entre alguns personagens, o que facilita na compreensão do mundo criando pelas autoras. O texto passa a fluir a partir de 30% da leitura, algo compreensível em relação ao subgênero alta fantasia. Os conflitos internos das personagens potencializam na fluidez da leitura, nos instigando a continuar. 

Gostei das personagens, especialmente a Jayjay, mas todos os personagens tiveram uma construção bacana. Todas as subtramas, juntamente com as reviravoltas ao longo do livro, foram pontos bem positivos para o enredo. Além do desenvolvimento de um mundo fantástico, uma outra dimensão dentro da nossa realidade, e se tivesse um vocabulário com todas as criaturas existentes, tornaria os termos menos confusos. Alguns assuntos importantes são tratados levemente na trama, como sexualidade, violência doméstica e luto, entretanto, com pensamentos um pouco retrógrados e que, infelizmente, era bastante presente no contexto social da época em que o livro foi escrito. 

Por tratar-se de um livro único e do gênero Fantasia, terminei a leitura querendo conhecer um pouco mais sobre o mundo construído pelas autoras e, apesar de certos acontecimentos no final terem sido bem finalizados, deixando apenas uma questão sem resolução, foi muito corrido. Na minha opinião, poderia ter sido mais elaborado, alguns personagens mereciam um final melhor. E Concluindo esse livro, despeço-me de Glenraven, e de todas as obras ainda não lidas de Marion Zimmer Bradley.

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